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04 April 2009

Two photos from Evora, Portugal

Remember, o man, that thou art dust, and to dust thou shalt return.'

The 'Capela dos Ossos', a chapel that is part of a 500 year old Franciscan church. The chapel, constructed from skeletons from monastic cemeteries in the city (including some 5000 skulls), was used for meditating on our human mortality. After the initial shock, it is profoundly moving.





The Roman Temple at Evora
The ruins of the Roman Temple in Evora, possibly dedicated to Diana and dating to the 1st or 2nd Century.


All photos: © 2009 by Francis C. Zanger


02 April 2009

Annunciation and Incarnation

I have for a number of years preached that March 25th is misnamed in the Church Kalendar-- it is most importantly the actual Feast of the Incarnation. When we refer to Christmas as the Incarnation, we are strongly implying that "the Word became flesh and dwelt among us" at the moment of His human birth. That not only bad theology, but dangerous.

The Word became flesh and dwelt among us first as a zygote and then as an embryo-- the Creator of the entire universe allowed Himself to become just a few tiny cells within that universe, and to gestate and grow within the womb of the Blessed Virgin Mary, and to be born, fully human and yet fully God. If we call the Feast of the Nativity the "Incarnation" (as too many do), then there is no reason not to allow abortion-- if Jesus became human only after His birth, then, by definition, embryos are not human.

The Nativity remains important-- it is when the Incarnation was announced to the Jews, via the shepherds, just as the Epiphany is important because it commemorates the Incarnation being proclaimed to the world at large, via the Magi/"three kings". But March 25th, when that young girl, frightened by the Archangel, frightened by the enormity of what was being asked of her, still said "yes", still said Ecce ancilla Dómini; fiat mihi secundum verbum tuum (Behold the handmaid of the Lord; be it unto me according to thy word)... that is the true Feast of the Incarnation. Et Verbum caro factum est, et habitávit in nobis! (And the Word was made flesh, and dwelt amongst us.)

Also important to us is to remember the words Mary spoke, and to make them our own. "I am the servant of the Lord; be it unto me according to thy will." Our culture teaches us that what we want is most important-- from Burger King's "Have it your way" through McDonalds' "You deserve a break today!" to my least favorite, L'Oreal's "Because you're worth it!". But we shouldn't always have it our way, and we're not worth it. We're each of us broken, each of us sinful. Many of us are indeed 'doing the best that we can', but that best, sadly, isn't good enough. If it were, God would not have to have humbled Himself to become a mere human embryo, to be born through blood and pain into a human life ending in a horrible, tortured death, and solely out of love for us.

In response to such immense love, what other response can we possibly give, other than "Be it unto me according to Thy word."?

27 March 2009

Sermão por o Quinto Domingo da Quaresma, Ano B, ((2009) (in Portuguese)

5º Domingo da Quaresma, 29.03.09 [Ano B]
Igreja do Salvador do Mundo/ V.N. de Gaia
Cónego Dr. Francisco Carlos Zanger


«Que as palavras da minha boca e a meditação dos nossos corações, sejam agradáveis perante Ti Senhor, nossa Rocha e nosso Redentor; em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo». Ámen.

Finalmente, o último Domingo da Quaresma. Há um restaurante aonde nos comemos quase todos sextas-feiras, a proprietária ainda não lembra que eu não quero nem carne nem sobremesa nas sextas-feiras durante Quaresma... religiosa, ela não é.
A cultura mesma agora não é. Eu moro em Braga, a cidade mais Católica Romana do país, mas senti mau quando vi nas todas as igrejas lá, desde o começo da Quaresma, anúncios sobre as Procissões da Semana Santa... mas nada sobre a Quaresma mesma. A Câmara da Braga também tem publicidade sobre as Procissões, e não só em Braga mas em todo o Portugal e Espanha, também.
As Procissões são coisas boas, e as pessoas que participam, os farricocos e outros figurantes, são crentes, fieis, e se uma das Procissões muda a coração de somente uma pessoa para ser Cristão, vale a pena. Mas eu acho que a Câmara esta pensando menos nas almas e mais nos Euros das turistas, quando investem dinheiro em publicidade. É triste, mas espelha-se a cultura em que vivemos.
Estava pensando, esta semana passado, sobre Quaresma e a cultura. Estava pensando, também, sobre espelhos, porque eles não são todos iguais. Quaresma e a cultura: as duas são espelhos, mas espelhos bem diferentes, espelhos quem mostram-nos coisas diferentes. Dois espelhos, mas no primeiro, se olhamos nele cuidadosamente, e com fé e paciência, nós podemos ver as nossas essências verdadeiras, com todo o que é bom (e há muito que é bom: somos formados na semelhança de Deus) e com todo o que é mau (e há também muito—nós somos pecadores, quebrados). No espelho segundo, o espelho da cultura, a imagem é invertida e deformado, e a que mostra é mentira.
No Calendário Eclesiástico, as quarenta dias da Quaresma podem ser por nos um espelho, um espelho dado pela Igreja, que nós podemos usar para espreitar para dentro dos cantos mais escuros das nossas almas e mentes, um espelho para reflectir e apontar uma luz e limpar as teias da aranha, de desempoeirar o espírito, nos lugares dentro de nos em quem nós não queremos olhar. É um espelho que pode reflectir a luz até aos lugares mais escuros, mais cheia das trevas. É por isso que começamos a Quaresma com as palavras «Convido-vos, portanto, em nome da Igreja, a observar santa Quaresma, com exame de consciência...[1]».
O espelho da cultura é diferente. Se o espelho da Quaresma mostra-nos a verdade, o espelho da cultura reflecte o contrário. Quando eu veja televisão, não há diferenças grandes entre a publicidade aqui e nos Estados Unidos. É sempre o mesmo—se dirijais o carro perfeito, useis as cosméticas perfeitas, se bebeis a bebida perfeita que comprastes no supermercado perfeito, se laveis suas roupas perfeitas com a sabão perfeita... se compreis todas as coisas que estes companhias querem vender, vocês também podem aparecer-se perfeitas como as actores, podem ter vidas perfeitas e felizes, sem falhas nenhumas...
Isto é a Grande Mentira: que nós podemos aperfeiçoar-se. Que nós não precisamos de Cristo. Que nós podemos, se compramos isto, ou gastamos dinheiro naquela, ou adquirimos este ai, podemos der feliz, podemos se popular, podemos ter vidas contentes e alegres. Nunca precisamos de ficar sozinho ou assustado ou triste, nunca sentimos humilhação ou vergonha, nada mais de solidão ou de saudades... uma vida de beleza e perfeição, só para o preço, o preço mínimo, de nosso produto. E baseado no orgulho, este ideia que nós podemos ganhar, ou comprar, a nossa própria felicidade, e que não precisamos de ninguém, e sobretudo não precisamos de Deus. É orgulho, e pecado, e, sempre, uma mentira.
Era por orgulho, o pecado que é a raiz de todos os outros, que o Grande Mentiroso, o arcanjo Satanás[2], foi expulsado dos Céus. Esmagado, o Inimigo caiu dos Céus e ficou como senhor deste mundo. Perdeu seu poder como arcanjo, mas não sua voz tentador. Há nada que ele pode fazer contra nos... mas ele ainda tem a lingua dum sedutor; as mentiras para enganar nos.
Deus deu-nos livre-arbítrio. E com este livre-arbítrio, nós precisamos escolher entre as verdades de Deus e do seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, e as mentiras do Inimigo. Mas de vez em quando, as verdades são duros, difíceis, e as mentiras tem mais poder de atracção.
Há muitas partes da Grande Mentira, da mentira do Diabo. Hoje não falo sobre as partes que glorificam violência, ou racismo, ou os outros que também tem suas raízes no orgulho. Só falará das partes quem ouvimos mais da cultura, da média... e a média é um instrumento maravilhoso para o Inimigo! Quem é que não quer ser linda, ou rico, ou “sexy”, ou popular... que não quer todos as coisas que eles vendem na televisão? A primeira parte da Grande Mentira é esta: estas pessoas são lindas, ou rico, ou “sexy”, ou popular, somente por causa dos produtos que usam. É o carro novo, ou a fragrância sensual, ou as roupas da moda... E se nós compramos as mesmas coisas, também podemos ser lindas, ou ricas, ou “sexy”, ou popular.
Na contracapa da revista Visão desta semana passada, tinha um foto grande do actor George Clooney, e dum relógio Omega, com as palavras (em Inglês) “George Clooney’s Choice” — a escolha do George Clooney. A mensagem é fácil a entender: se quer ser tão “sexy”, tão popular, de ter a vida feliz de George Clooney, só precisa escolher o mesmo relógio. Nós podemos ter “valor”, se compramos os produtos vendido nas revistas e televisão. Ai, é tão fácil, ser feliz!
Quando pensamos nisso, podemos ver como é uma estupideza. Um relógio pode dizer as horas, e nada mais. Não pode dar qualquer valor a uma pessoa: o nosso único valor verdadeiro é uma coisa interior—a mais que conformamos ao Imagem do Deus, a mais valor que temos.
Mas a primeira parte desta Grande Mentira é que nosso valor é uma coisa exterior, a segunda parte (e isto é esquisito!) é até pior. A primeira parte diz que nos estamos sem valor se não compramos estes produtos, mas a segunda parte é o oposto: que nós já somos perfeitos. E a Mentira é tão talentoso que, se não olhamos bem, se não examinamos as mentiras cuidadosamente mesmo, nem percebemos que os duas coisas são opostas.
Ouçam a publicidade comum: “Hoje, você merece uma pausa!”, declara McDonalds. Uma nova promoção parceria entre duas companhias: “Você Merece Coca-Cola e Avon!” Ou a minha favorita, da companhia L’Oreal, que nós ensina simplesmente: “Porque você merece!”.
“Porque você merece!”??? Nós merecemos o que? Nos, que vivam num mundo aonde há uns quem jogam fora mais comida do que comem, ao mesmo tempo que há tanto quem nem podem por pão na mesa por suas crianças... nos, que vivam num mundo aonde um medico seria melhor pagado fazendo lipoaspiração nos ricos do que tratando as doenças tropicais quem matam milhões... Nos, quem “matas os profetas e apedrejas os mensageiros que Deus nos envia”?[3] O que é que nós “merecemos”???
É por isso que precisamos da Quaresma. Nós ouvimos as mensagens da cultura dia inteiro. É por isso que a Quaresma é um dom da Igreja, um tempo que, cada ano, dá nós a possibilidade duma interrupção transitória em nossas vidas. Este tempo de jejum e da renúncia não é para nós punir, mas para dá-nos um pouco de espaço, espaço fora do mundo a da sua cultura tão barulhenta, em que nós podemos examinar as nossas almas e mentes: para ver como as influencias malignas das mentiras do Inimigo já podiam acumular nos cantos mais escuros, e para convidar a Luz de Cristo ilumina as trevas. Para convidar a Luz, e eliminar as mentiras, quer que somos sem valor quer que merecemos tudo que queremos.
Nós temos valor, sem comprar nada, porque foram feiro por Deus no seu próprio Imagem, e nós merecemos nada, por causa dos nossos pecados. O nosso valor é tanto que Deus ainda nos ama, apesar de todos nosso pecados. E com todos nosso pecados, nós merecemos nada, sem o amor de Deus.
No Evangelho, Jesus disse, «”Neste momento, o meu coração está perturbado. Mas que posso fazer? Pedir ao Pai que me livre do que está para me acontecer nesta hora? Mas eu vim ao mundo precisamente por causa desta hora! Pai, manifesta o teu poder!” Veio então uma voz do céu que dizia: “Já o manifestei e voltarei ainda a manifestá-lo”.[4]»
“Já o manifestei...”. Esta quinta-feira passada, o dia 25 de Março, foi a verdadeira ‘Festa de Encarnação’: a Anunciação à Virgem Maria. Foi a Encarnação, porque foi neste momento que “a Palavra fez-se homem e habitou nós[5]”. É incrível... que Deus, o Criador do Universo inteiro, inicialmente habitou entre nós como um embriãozinho, no seio da Virgem, e nasceu normalmente como verdadeiro homem, mas também foi verdadeiro Deus! E não só nasceu como um de nós, mas também morreu, horrivelmente na Cruz, só pelo amor de nós, que somos tão pecaminoso que, sem o amor de Deus, devem ser perdidos.
‘Já o manifestei, e voltarei ainda a manifestá-lo’. Jesus disse que “chegou o momento em que este mundo vai ser julgado, e que o senhor deste mundo vai ser expulso”. Jesus, no Evangelho de S. Mateus, deu nós uma descrição pormenorizado do Juízo Final[6], e apesar de todas as mentiras do Inimigo, não somos julgados pelos nossos roupas de moda, ou carros novos, ou qualquer coisa assim. Também, não seria que o Juiz dirá: “Você merece o Reino dos Céus!”: o Cristo não é Coca-Cola! Não, se a Grande Mentira é isso: você é a coisa mais importante, ama-te mesmo, a verdade é diferente: “Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, e tua alma, e tua mente, e ama o teu próximo como a ti mesmo.”
Dois espelhos. O da cultura reflecte que nós merecemos todo que queremos, e que só precisamos de gastar dinheiro para aperfeiçoar-se. O da Quaresma, o da Fé, reflecte a Imagem do Deus. No primeiro, é o espelho que é estragada, a mostra a mentira que somos perfeitos. No segundo, é nós que somos estragados, desfiguradas por pecado, que precisamos a Salvação de Cristo Jesus. Duas reflexões. Uma verdade.
Nesta Quaresma, escolhamos a verdade. Nesta Quaresma, olhemos no espelho, reconheçamos os nossos imperfeições, nossos pecados, e deixemos que a Luz brilha nas trevas, porque se deixamos, as trevas, e as mentiras, não podem vencer[7].
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ámen.
[1] Liturgia da Igreja Lusitana, p.142
[2] Apocalipse 12 7-9
[3] S. Mateus 23, 37
[4] S. João 12, 27-28
[5] S. João 1, 14
[6] S. Mateus 25, 31-46 (e seria bom, consultar mais uma vez!)
[7] S. João 1,5

22 March 2009

Sermão por o Quarto Domingo da Quaresma, Ano B (2009)

4º Domingo da Quaresma, 22.03.09 [Ano B]
Igreja do Redentor/ Porto
Cónego Dr. Francisco Carlos Zanger


«Que as palavras da minha boca e a meditação dos nossos corações, sejam agradáveis perante Ti Senhor, nossa Rocha e nosso Redentor; em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo». Ámen.

Hoje é o Dia dos Pais, e com razão: é o Dia dos Pais porque também é o Domingo mais perto da Festa de São Joaquim. Infelizmente, não sabemos muito sobre a história de Joaquim, o pai da Virgem Maria. A primeira informação que temos sobre ele foi escrita no Protoevangelho de Tiago, cerca do ano 150. Um “protoevangelho” é um livro sobre as coisas que aconteceram antes da história contada nos Evangelhos: o nascimento e a vida da S. Maria, e a infância de Jesus, por exemplo: o Protoevangelho de Tiago é talvez o mais bem conhecido. Na altura da Igreja Antiga era popular na Igreja oriental. Foi traduzido do Grego para nove outras línguas!, mas nunca fez parte da Bíblia, e é mais uma história interessante e didáctica do que algo de verdadeiramente importante para nossa fé ou salvação.
Esta história da devoção dos pais e do nascimento da Virgem Maria era bem conhecida desde o fim do segundo ou do terceiro século na Igreja d’oriente (a futura Igreja Ortodoxa), atingindo a sua plenitude no século VI. No ocidente, levou mais tempo, mas a veneração dos pais de Maria já era popular antes da Idade Média. A história deles no Protoevangelho de Tiago apesar de que não podia ter sido escrito por S. Tiago (o escritor não sabia muito sobre a vida dos Judeus!) [1], foi importante para a comunidade Cristã por razões normais; eles queriam saber mais sobre o seu Senhor, e este, e outros livros do mesmo tipo e altura falavam sobre a infância de Jesus. Especialmente antes de terem a Bíblia (que até ao fim do século quarto ainda não estava oficialmente completa), as comunidades Cristãs em locais diferentes tinham livros e cartas diferentes aprovadas pelos apóstolos, e foi só quando os bispos da Igreja, reunidos em Concílios da Igreja inteira e usando a lista do Bispo Atanásio de Alexandria, decidiram que os livros que nós temos agora, começando com os quatro Evangelhos, que o Novo Testamento que nós usamos agora se tornasse “oficial”. Os livros como o Protoevangelho de Tiago nem chegaram a fazer parte dos livros Deuterocanónicos.
Mas as histórias escritas no Protoevangelho já faziam parte da tradição Cristã. É de lá que “conhecemos” que Joaquim foi o irmão de São José, o padrasto de Jesus Cristo, e por causa disto, o feriado oficial na Igreja Anglicana é a 20 de Março, juntamente com o de São José (na Igreja Ortodoxa, é conjuntamente com o de Sta. Ana a 9 de Setembro[2], e na Igreja Católica Romana era a 19 de Março, e foi mudado para 6 de Agosto, e já há 30 e tal anos que se celebra juntamente com o de Sta. Ana a 26 do Julho[3]!). Eram idosos, ele e a sua mulher, Ana. Ela tinha 80 anos, e ele mais. Durante o seu casamento, ela foi estéril, e Joaquim foi censurado pelo sacerdote Rúben no Templo por não ter filhos. Então, confiando em Deus, Joaquim foi para o deserto para rezar e orar.
Durante o tempo em que ele esteve no deserto, um anjo visitou Ana, e disse-lhe que ela estava grávida e ia dar à luz uma filha. Ao mesmo tempo, um anjo apareceu a Joaquim, dizendo que Deus tinha ouvido as suas preces. Quando voltou ao lar, Ana correu (correu, com os seus 80 anos!) para o encontrar, e lhe relatar as suas noticias. E ela estava mesmo grávida, e deu à luz Míriam, a Maria, que seria a mãe de Deus. E, segundo a escritura, Joaquim e Ana tiveram uma segunda filha, também chamada Maria (tal como as famílias Portuguesas também eles davam o nome de «Maria» às filhas!), que ficou com ela ao pé da Cruz quando o seu filho Jesus foi morto pelos Romanos[4].
É uma história linda, e familiar: no Livro de Génesis, Sarai, a esposa de Abraão, também idosa de mais para ter filhos, deu à luz Isaac quando Abraão tinha 100 anos[5]; conhecemos também a de Ana que foi a mãe do profeta Samuel[6]; e, claro, a de S. Isabel, a mãe de S. João Baptista[7]. É uma história linda, mas será verdadeira? Quem sabe? Pode ser, pode não ser... e a nossa salvação não depende disto de jeito nenhum. É uma parte da nossa tradição, da tradição antiga da nossa Igreja, mas não é doutrina.
S. Paulo escreveu, na sua Primeira Carta as Coríntios uma frase que ouvimos a semana passada: “De facto, os judeus pedem milagres...” Pediram, e receberam, mas ninguém o reconheceu. O milagre que eles queriam, pelo qual eles esperavam, era o de um Messias que seria um grande guerreiro, que podia combater os Romanos e vencê-los, um Messias que podia conduzir Israel e o mundo numa era de paz e de prosperidade mundial. O que receberam foi o Filho de Deus, que podia conduzir o mundo ao Reino dos Céus.
Mas o milagre não começou com o Nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo, nem com a Incarnação de Jesus, o Filho Unigénito de Deus, no seio da Virgem Maria. Antes da Incarnação, os idosos, Joaquim e Ana, tinha de ter o seu próprio milagre, quando ela, já idosa e estéril por tantos anos, ficou grávida. E antes disso, tantos outros milagres, todos os milagres do Antigo Testamento, para deixar que o pastor David fosse o Rei de Israel, e que este homem, Joaquim, pudesse ser seu descendente. A série de milagres que incluíram o nascimento de Maria para ser a Virgem Mãe de Jesus começou com o próprio Jesus : «No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus. Desde sempre ele esteve com Deus. Todas as coisas feitas foram feitas por meio dele, e sem ele nada foi criado. Nele estava a vida, e essa vida era a luz dos homens. A luz brilha nas trevas, e as trevas não venceram.»[8]
A série, a sequência dos milagres começou com a Criação, e nunca mais acabará. Cada momento que temos é um parte da série dos milagres de Deus, todos interligados em modos que nós não podemos entender. As escrituras hebraicas ensinam que Deus estava no centro de tudo. É impossível ler os livros de Génesis ou o dos Salmos, ou Provérbios ou o Livro de Job, por exemplo, sem aprender isto. E estas eram as Escrituras de S. Joaquim, pai de Maria.
Nós aqui marcamos o Dia dos Pais no Domingo mais próximo das festas de S. Joaquim, o pai da Virgem Maria, e também do de S. José, Padrasto de Nosso Senhor. E no Dia dos Pais, é fundamental lembrar a importância que Joaquim teve na vida da jovem Maria, tal como a importância que S. José teve na vida de Jesus. Porque na altura deles, ainda não existia Escola Dominical para ensinar os miúdos na Fé. Quem o fazia eram os próprios pais.
Quando nós pensamos na história da vida de Jesus, normalmente começamos com a Anunciação, o momento em que o Arcanjo Gabriel apareceu a Maria, e lhe disse: “Avé, Maria, cheia de graça! O Senhor é contigo!” [9] E o anjo continuou, “Ficarás grávida e terás um filho, a quem vais pôr o nome de Jesus.” E Maria, esta miúda de talvez doze ou treze anos, respondeu: “Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.”[10]
Deus deu-nos livre-arbítrio, livre escolha. E sobretudo numa coisa tão grande como esta, Maria podia escolher, precisava de escolher... e não precisava de dizer ‘Servirei o Senhor como ele quiser. Seja como tu dizes’. Podia—podia dizer “não”.
Os seus pais tão idosos, Joaquim e Ana, mas especialmente Joaquim, dado que no primeiro século eram os homens que eram alfabetizados[11], tinham estudado a Lei e os Profetas, e educaram sua filha Maria na Fé judaica. Ela era uma filha bem-educada, talvez mais que o normal para uma filha, para uma menina, desta altura. A educação religiosa pertencia aos meninos e aos homens... e as coisas da casa eram para as mulheres. Mas esta menina bem-educada foi mais do que apenas “bem-educada” por Joaquim e Ana, que eram tão idosos. Maria foi um milagre de Deus. E por isso, ela foi educada, não só nas coisas da casa por sua mãe, Ana, mas também nas da Lei Sacra por seu pai, Joaquim.
Então, Maria, que no momento da Anunciação já estava noiva de São José, conhecia bem as leis sobre o casamento contidas no Livro de Deuteronómio. Na Lei, o contrato de casamento era entre o noivo e o pai da noiva: ela não tinha voz nenhuma no assunto. No caso da Virgem Maria, seu pai, S. Joaquim, assegurou que ela era uma virgem, pura e sem mácula, quando assinou o contrato com S. José... e também assegurou que ela seria ainda virgem, pura e sem mácula, no dia do casamento. Como era normal nesta altura, a jovem Maria continuou na casa dos pais durante o ano de noivado.
Mas, na Lei de Deuteronómio, se ela ‘quebrasse o contrato’: se, depois do casamento, o marido dissesse que ela não era virgem quando entrou no casamento, a Lei era simples. Se os pais da jovem não pudessem levar os sinais de virgindade[12], a veste com a marca de sangue, aos anciãos da cidade reunidos em tribunal, então, tal como estava escrito no Deuteronómio, «devem levá-la à porta da casa do seu pai e ali será apedrejada e morta pelos homens da sua cidade. É que ela cometeu no meio do povo de Israel a infâmia de se prostituir, desonrando a casa de seu pai. Dessa maneira, acabarás com este escândalo, no meio do teu povo.»[13] E, no caso duma menina que já estava, pelo menos, no terceiro ou quarto mês da gravidez, é claro que o tribunal não estaria muito interessado em quaisquer sinais de virgindade!
E Maria sabia bem disso, porque ela foi bem educada acerca da Lei por seu Pai. Ela sabia que, se ela dissesse “Sim” ao anjo, ninguém iria acreditar que ela fosse ainda virgem... e que deste modo ela podia morrer, apedrejada como prostituta, em frente à porta da sua própria casa.
Mas S. Joaquim não lhe ensinou só a Lei de Deus; mais importante, ele ensinou a sua filha no amor de Deus. Maria sabia, porque nisso foi educada pelo pai, que Deus a amava, e que, se o Anjo do Senhor lhe pedia uma coisa que parecia tão escandalosa, tão perigosa, era, de qualquer maneira, seguro. Maria sabia, porque aprendeu isto do seu pai, que o amor de Deus era até mais importante do que as Leis e os mandamentos. Se isto era o que Deus queria, isto que parecia tão difícil e perigoso, então tal era ainda uma coisa recta... e o que ela precisava de fazer. Ela não precisava de entender nem de saber ‘porque?’ — ela só precisava de ser obediente ao amor de Deus.
“Eis a serva do Senhor. Faça-se em mim segundo a tua palavra.”[14]
Se não tivesse sido educada no amor de seu pai, S. Joaquim, estas palavras teriam sido impossíveis de pronunciar. Mas não foram impossíveis. S. Joaquim ensinou à sua filha o Amor de Deus, e para amar a Deus, e por causa disso, ela teve a confiança necessária para dizer ‘sim’ ao Senhor.
Mas pensem: se Joaquim nunca tivesse ensinado a sua filha a obedecer e a amar e a confiar no Senhor, Maria teria ficado assustada e não teria dito ‘Sim’ ao Arcanjo Gabriel... É impossível saber o que teria acontecido, para ela, para o mundo, e para nós. Mas foi por causa de seu pai, S. Joaquim, que ela teve confiança no Pai, em Deus. “E o Verbo encarnou, e habitou entre nós”.[15]
Esquisito, não é? Que um dos melhores modelos para os pais, possa ser este homem, este pai, que é talvez meio mitológico. Como já disse, não há nada na Bíblia sobre o pai da Virgem Maria.
Mas sabemos duma coisa bem importante sobre ele. O pai de Maria ensinou-a a amar e a servir ao Senhor, e o resultado foi a Salvação do Mundo. E esta é a lição que nós precisamos de ensinar às nossas crianças: não que eles podem salvar o mundo, claro, e isto não é o que a Virgem fez. A lição, a única lição, é esta: se nós ensinamos as nossas crianças a amar e a servir ao Senhor, Deus pode usá-las para fazer o que Ele quer, para este mundo e para o mundo que há-de vir.
Quais das nossas crianças serão chamadas por Deus para fazer alguma coisa importante? Quem sabe? Mas se eles estiverem preparados tal como Maria foi preparada por seu pai, se eles receberem o amor, a sabedoria, e a confiança que Joaquim deu a Maria, e que nós podemos, e precisamos, de dar às nossas crianças, Deus pode usá-las, tal como usou a Virgem.
E, nas palavras do Rei Salomão, «Filhos, oiçam as advertências dum pai; estejam atentos para adquirirem conhecimento. Pois a instrução que vos dou é boa; não abandonem os meus ensinamentos.»[16]

Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ámen.

[1] Early Christian Doctrines [Doctrinas Antigas Cristã] , by J.N.D. Kelly, Harper & Row:1972, p. 492
[2] http://www.goarch.org/chapel/saints_view?contentid=201
[3] http://www.mundocatolico.org.br/missalit.html
[4] S. João 19, 25
[5] Genesis 18, 10; 21, 1-3
[6] 1Samuel 1, 12-20
[7] S. Lucas 1, 36
[8] S. João 1, 1-5
[9] S. Lucas 1, 28
[10] S. Lucas 1, 38
[11] Na Idade Média, quando somente os clerigos cristãos podiam ler, quase todos os homens dos judeus podiam—é parte da sua cultura.
[12] Deuteronómio 22, 17-18
[13] Deuteronómio 22, 20-21
[14] S. Lucas 1, 38
[15] S. João 1, 14
[16] Provérbios 4, 1-2

15 March 2009

Sermão por o Terceiro Domingo da Quaresma, ano B (2009)

3º Domingo da Quaresma, 15.03.09 [Ano B]
Igreja do Salvador do Mundo/ VN de Gaia
Cónego Dr. Francisco Carlos Zanger


«Que as palavras da minha boca e a meditação dos nossos corações, sejam agradáveis perante Ti Senhor, nossa Rocha e nosso Redentor; em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo». Ámen.

«Depois, Jesus disse aos que vendiam pombas, “Tirem tudo isto daqui! Não façam da casa do meu pai uma casa de negócio!.[1]»
Os discípulos achavam que entendiam. Lembraram-se do que está escrito no décimo versículo do Salmo 69: “O zelo da tua casa me consome...”. Mas os outros, os que vendiam as pombas, as ovelhas e os bois, e os cambistas que trocavam dinheiro do Império inteiro pelas moedas do Templo, não podiam entender. Isto era uma loucura! Esta parte do Templo não era uma loja ou uma ‘casa de negócio’: era o lugar aonde os Judeus fiéis compravam os animais para os sacrifícios mandados pela Lei[2]!
No tempo em que Deus deu as leis dos sacrifícios a Moisés, no Livro de Levítico, os israelitas eram um povo de lavradores e de pastores, mas agora, no primeiro século, muitos deles moravam nas cidades, quer em Jerusalém e noutras cidades da Palestina quer nas cidades como Alexandria e Damasco, Antioquia e Roma. Todos eles queriam voltar a Jerusalém para a festa da Páscoa dos judeus, para fazer os sacrifícios que só eram possíveis de realizar no Templo... mas dado que não eram pastores nem viviam perto da cidade, precisavam de comprar os animais! E eles, que tinham as moedas de bronze das muitas e diferentes províncias romanas[3], precisavam dum câmbio para trocar de dinheiro. Isto não era uma ‘caverna de ladrões’[4], mas era um serviço útil do Templo judeu para os seus devotos.
Não é que Nosso Senhor não soubesse disso. Ele era um judeu religioso, bem educado na Lei desde a sua infância. E esta não foi a primeira vez que Jesus esteve no Templo de Jerusalém! Jesus e os seus pais iam a Jerusalém todos anos, à festa da Páscoa: foi no ano do seu décimo segundo aniversário que Jesus ficou no Templo quando os seus pais voltavam para casa, discutindo com os doutores da Lei. E devemos crer, que ele foi com eles, tal como todos os judeus fiéis o faziam anualmente. Jesus aprendeu, e entendeu, as regras dos sacrifícios, e as razões para a existência das tendas dos vendedores dos animais de sacrifício.
Jesus, que era Filho de Deus, também era filho da S. Maria e enteado de S. José: cresceu numa família religiosa, praticante. Recebeu a circuncisão de menino com oito dias[5], e quando tinha quarenta dias, Maria e José levaram-no a Jerusalém pela primeira vez, para ser apresentado ao sacerdote no Templo. E foi lá, que os seus pais sacrificaram um par de rolas ou de pombinhos. A Lei em Levítico manda que seja um cordeiro, para o holocausto, e para a expiação do pecado, mas podia ser um pombinho ou uma rola se a família não tivesse o dinheiro para um cordeiro[6]. S. José não era pobre: como carpinteiro, ele era da classe média, dado que possuía a sua própria ferramenta, e talvez uma oficina. Não havia razão para terem sacrificado somente as duas pombas dos Evangelhos, mas acho que foi isto: até Maria e José talvez não soubessem porque não estavam a sacrificar um cordeiro por Jesus, mas era porque este sacrifício estava reservado para mais tarde: o sacrifício do Cordeiro de Deus, de Jesus mesmo, na Cruz.
Ora bem. Talvez possa parecer que foi somente pelo facto de estar zangado que Jesus tenha feito um chicote de cordas e tenha expulsado todos do Templo, tal como o fez com as ovelhas e os bois, e tal como espalhou pelo chão o dinheiro dos cambistas, e derrubou as suas mesas. Talvez possa parecer, mas não foi só um explodir de cólera: foi profecia! Quando os chefes dos judeus, e os sacerdotes do Templo, lhe perguntaram: “Que sinal nos apresentas tu, para proceder deste modo? Mostra-nos como é que tu tens o direito de fazer isto!”, a sua resposta foi estranha: “Deitem abaixo este templo e eu em três dias o hei-de levantar.”
Eles não entenderam. Claro que não: para eles, o Templo era um edifício, mas era mais do que um simples edifício; era o verdadeiro centro da adoração e louvor ao Senhor. Este era já o segundo Templo: o primeiro foi mandado construir pelo Rei Salomão,[7] filho do Rei David, 950 anos antes de Cristo, mas foi destruído pelos babilónios no ano 587 a.C.[8], no tempo do Exílio na Babilónia dos judeus do antigo Reino de Judá. O Segundo Templo foi construído depois do Exílio, quando o Rei Ciro da Pérsia deixou os judeus voltar a Israel e reconstruírem o Templo. Levou 46 anos para o construir, e o Templo estava no centro, não somente da religião dos israelitas, mas das suas vidas. Era por isso, que os judeus que viviam noutras partes do Império tinham de voltar a Jerusalém para celebrarem a Páscoa dos judeus: não podiam fazer os sacrifícios exigidos noutro lugar.
No tempo de Jesus, o Rei Herodes estava a proceder a uma “remodelação” do templo, que os judeus mais religiosos consideravam ser uma profanação, dado que ele queria incluir partes pagãs para agradar a César e aos Romanos. Esta seria a segunda profanação Romana: no ano 136 a.C., o Imperador Romano mandou sacrificar uma porca sobre o altar, uma profanação repugnante, e assim instigou a primeira revolta judaica contra os Romanos. Mas mesmo com estas profanações, o Templo era ainda o centro da adoração dos judeus, e o único lugar aonde os judeus podiam fazer os sacrifícios mandados por Deus.
Todo isto... e este Jesus entrou, fez um grande barulho com os vendedores, e então disse: “Deitem abaixo este templo, e eu em três dias o hei-de levantar”. O quê???
Não. Eles não entenderam de jeito nenhum. Os discípulos só entenderam, após a Ressurreição.
Jesus não estava a falar de um edifício: falava do templo do seu corpo. E isto era uma coisa que ninguém, na altura, podia entender... talvez a sua mãe, Maria, ou José, se ambos se lembrassem das palavras do anjo da Anunciação, mas mais ninguém entenderia. O acto de Jesus foi uma profecia de futuro.
Deus sabia que o Segundo Templo, já duas vezes anteriormente profanado, seria completamente destruído pelos Romanos no ano 70, e o resto de Jerusalém também. Mas isto ocorreu quase, quarenta anos depois e os chefes dos judeus e os sacerdotes do Templo não poderiam prever tal coisa. Mas no Evangelho de S. João, é claro que Jesus Cristo, que foi verdadeiro homem e verdadeiro Deus ao mesmo tempo, sabia bem que o tempo do Templo físico estava passado, e que o Deus que usava o Templo como seu escabelo[9] agora estava dentro dele mesmo.
Jesus sabia também que o tempo dos sacrifícios no altar do Templo estava a passar: que o último sacrifício vivo de um cordeiro seria o sacrifício do Cordeiro de Deus, não sacrificado no altar de Deus pelos seus sacerdotes, mas sacrificado numa Cruz secular pelos soldados Romanos. Durante quase dois mil anos, desde o tempo de Abraão e Isaac, Deus mandou o Povo escolhido sacrificar animais, quando na mesma altura, muitas outras religiões sacrificavam pessoas. Desde o tempo do Rei Salomão o Sábio,e durante mil anos executaram-se sacrifícios de animais no Templo. Mas estes eram sacrifícios por Deus. Já estava quase no tempo do sacrifício último, do sacrifício único, de Deus.
Na Cruz, neste instrumento de tortura e degradação, o Filho de Deus tinha de ser sacrificado. Foi por isso que se incarnou no seio da Virgem Maria. Foi por isso que ele andou pelos caminhos e estradas, ensinando e preparando os seus discípulos e o povo para um futuro novo; não para uma fé nova, mas uma fé com uma nova visão. Em vez de um Templo físico, e de um edifício no qual os sacerdotes fizessem os sacrifícios para o povo, agora era um Templo que seria o próprio Corpo de Cristo, deitado abaixo e levantado em três dias, sacrificado e ressuscitado em três dias. Em vez dum Templo físico, para o qual todos os fieis precisavam de viajar para fazer os seus sacrifícios, agora um Templo Espiritual, do qual todos faziam parte. Se o Corpo de Cristo é o novo Templo, todos nós somos como os tijolos, as pedras das paredes do Templo.
Mas, ao mesmo tempo que somos o Corpo de Cristo, somos também alimentados pelo próprio Corpo, sacrificado por nós. Na altura do Primeiro e do Segundo Templos de Jerusalém, quando um animal era sacrificado no altar, as melhores partes da carne eram distribuídas pelos Levitas, que eram os sacerdotes, dado que eram a única tribo entre os Judeus que podiam ser sacerdotes, mas que também não podiam ter outro trabalho: ganhavam o seu “pão da mesa” no trabalho do Senhor.
Com o último sacrifício vivo, de Jesus Cristo na Cruz, todos nós que somos “um povo santo de sacerdotes ao serviço do Reino, povo que pertence a Deus[10]”, somos como os Levitas do tempo do Templo velho: nem todos serviam ao altar, mas todos tinham a responsabilidade da preservação da Fé, e todos recebiam da alimentação do altar. O mesmo se passa connosco: alguns de nós são presbíteros de altar ou Bispos, mas todos temos a responsabilidade pela preservação e a propagação da Boa Nova, e todos nós podemos receber o Corpo, e agora o Sangue, do Sacrifício do Cordeiro de Deus. Nós recebemos o verdadeiro Corpo, o verdadeiro Sangue de Deus, de um Deus que nos amou de tal modo, que Ele próprio, sendo o Criador[11], entrou na sua própria Criação, e viveu como um de nós, e morreu por todos nós, e só para nos salvar.
É Ele que, em cada semana, nos convida ao seu próprio altar, para recebermos o seu Corpo e Sangue. Não é um ‘sacrifício novo’: Jesus morreu uma vez só, na Cruz. Mas também não é somente uma comemoração, uma lembrança: o sacrifício de Jesus na Cruz existiu num tempo particular, já há uns 2.000 anos atrás, mas também existe agora fora do tempo humano, no “chiros”, e o sacrifício uma vez feito é, pelo amor de Deus por nós, ‘novo’ de cada vez, em cada Culto Eucarístico. Comemos e bebemos, sabendo que é o verdadeiro Corpo e Sangue de Nosso Senhor. Alimentai-nos d’Ele, em nossos corações, e em todos os nossos corpos e mentes, com fé, e sabemos que precisamos de responder, em fé, e com acções de graças.
Mas como? Por este dom de amor tão grande, tão imenso, como é que podemos responder? Se o nosso Deus nos amou, e nos ama, de tal modo que morreu por nós e para a nossa salvação, de tal modo que é Ele próprio que dá o seu próprio Corpo e Sangue para nos alimentar, como é que nós podemos responder? Isto é uma pergunta muito importante, talvez a pergunta mais importante, e não só neste tempo de Quaresma.
Talvez a única resposta para o amor seja o ... amor: nós também precisamos de amar a Criação, e o povo criado à semelhança de Deus. Agora, nós não sacrificamos uma porção dos nossos bens no Altar do Templo, mas podemos sacrificar uma porção para o novo Templo: para o Corpo de Cristo. Nesta altura de crise, de desemprego e fome, de um mundo cheio de guerras e doenças, há tanto que podemos fazer... e tudo que fazemos, fazemos por Ele[12], que já fez tanto por nós.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ámen.
Endnotes:
[1] S. João 2, 16
[2] Levítico 7, 1-10. 15-20, 30-34; 9, 3-5 12, 6-8; 14, 10-21; 23, 12-21 etc.
[3] http://pt.wikipedia.org/wiki/Moeda_da_Roma_Antiga
[4] S. Lucas 19, 46
[5] Levítico 12, 3
[6] Levítico 12, 8
[7] 1 Reis 6, 1-38
[8] 2 Crónicas 36,19
[9] 1 Crónicas 28, 2
[10] 1 Pedro 2,9
[11] S. João 1, 1-5, 9-12, 14
[12] S. Mateus 25, 31-40

08 March 2009

Sermão para o Segundo Domingo da Quaresma, Ano B, 2009

2º Domingo da Quaresma, 08.03.09 [Ano B]
Igreja do Bom Pastor/ V.N. de Gaia
Cónego Dr. Francisco Carlos Zanger



«Que as palavras da minha boca e a meditação dos nossos corações, sejam agradáveis perante Ti Senhor, nossa Rocha e nosso Redentor; em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo». Ámen.

Ora, com os problemas da minha coluna, agora não ando muito. Não é que seja preguiçoso, bem, não é somente preguiça, mas não ando muito. Mas, na altura em que estive como capelão na tropa, tinha de participar numas caminhadas, numas marchas de grande distância no mato com os Fuzileiros. Sujo, fatigado, com roupa cheia de suor, com o pó nas nossas caras e até pó nos nossos dentes... e eu sei que existem pessoas que gostam de fazer longas marchas nas suas férias, mas não sei porque!
No século primeiro, as pessoas não tinham alternativa. Se queriam ir de um lado a outro, e se não tinham nem cavalo nem burro, tinham que andar. Deste modo, Nosso Senhor e os seus discípulos também viveram sempre sujos, com roupas cheias de suor e cobertas com pó, e cansados, porque todos os dias andavam entre as aldeias e vilas da Galileia e da Judeia. Não sei, mas talvez fosse com sentimentos opostos que Pedro, Tiago e João ouviram as palavras de Jesus, quando disse: “Vamos subir àquela montanha alta!”... e talvez os outros, que ficaram para trás, tivessem tido sentimentos contraditórios... com os três a pensar, “Jesus escolheu-me! Mas não quero escalar uma montanha!”, e os outros pensando: “Não preciso escalar aquela montanha, podemos descansar um pouco... mas Jesus não me escolheu.”
E Jesus tomou consigo os três discípulos, e conduziu-os a sós ao alto do monte. E lá em cima, o seu aspecto transformou-se diante deles, e em vez da roupa suja e cheia de pó, os seus vestidos tornaram-se resplandecentes: brilhantes e brancos como a neve! Nas palavras de São Marcos: “Ninguém no mundo seria capaz de a branquear assim!”.
E, nesse momento, apareceram-lhes Elias e Moisés! Estavam lá, à frente dos três discípulos! Elias, o maior dos profetas, que nunca morreu mas foi levado aos Céus numa carruagem de fogo, puxada por cavalos de fogo num turbilhão[1]; Elias, de quem o Profeta Malaquias disse, falando em nome de Deus: “Vou enviar-vos o profeta Elias antes que chegue o dia do Senhor, que será um dia grande e terrível. Ele fará com que os pais se reconciliem com os filhos e os filhos com os pais. Caso contrário, virei castigar e condenar à destruição.”[2]
E não era só Elias, mas também Moisés: Moisés, que libertou o povo de Israel da escravidão no Egipto, que lhes deu os Dez Mandamentos[3] e as outras seiscentas e quarenta e uma leis da Torah[4], e que também foi transformado:, quando Moisés, depois de falar com o Senhor, desceu do monte Sinai levando na mão as placas de pedra da lei, a pele do seu rosto estava tão resplandecente que precisava de colocar um véu sobre a cara quando falava com os israelitas[5].
Aqui, em frente dos três discípulos, eles eram os representantes vivos das duas coisas mais importantes da Bíblia Hebraica, os representantes vivos do Grande Mandamento. Lembram-se das palavras de Jesus, quando um dos fariseus lhe perguntou: “Mestre, qual é o mandamento mais importante da Lei?” Jesus respondeu-lhe: “Ama o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a alma, e com todo o entendimento. Este é o primeiro e o mais importante dos mandamentos. O segundo, tão importante como ele, é, Ama o teu próximo como a ti mesmo. Nestes dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas.”[6]
E ali no monte, o representante da lei, Moisés, e o dos profetas, Elias, estavam juntos apenas para falar com o seu companheiro, seu Mestre, Jesus. Para um Judeu, este era um momento incrível... duas das pessoas mais importantes da história inteira, estavam ali com Jesus, com quem eles andavam e falavam e comiam todos dias! Mas este Jesus não tinha uma aparência normal: Ele estava reluzente, e em vez da sujeira e pó da caminhada, tinha roupas brancas e brilhantes como a neve!
Pedro e os outros estavam cheios de medo, mas ao mesmo tempo queriam agarrar-se ao momento. “Mestre,” disse Pedro, “é tão bom estarmos aqui! Vamos levantar três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias!” Mas Pedro não sabia o que estava a dizer. E desceu então uma nuvem que os cobriu com a sua sombra; dessa nuvem veio uma voz que disse : “Este é o meu Filho querido. Oiçam o que ele diz!”. E quando os discípulos olharam em redor, já não viram ninguém, apenas Jesus com eles.
Foram os três: Elias, Moisés e Jesus. O primeiro significou as profecias de Deus para os homens, e o segundo as leis de Deus. Mas a voz de Deus não disse: ‘oiçam as palavras dos profetas’, nem ‘obedeçam à lei’. Não: foi, e é: ‘Oiçam o que o meu Filho querido diz!”. Porque quando a nuvem desapareceu, desapareceram também Elias e Moisés, mas Jesus ficou.
Torna-se então importante, entender estas palavras, para se entender a razão pela qual este capítulo do Evangelho faz parte do Leccionário da nossa Igreja durante a Quaresma. E para tal, é preciso lembrar o que é que aconteceu uns dias antes da Transfiguração de Jesus.
Seis dias antes, Jesus e os seus discípulos estavam na região de Cesareia de Filipe, e pelo caminho Jesus perguntou-lhes: “Quem é que o povo diz que eu sou?”. E eles responderam: “Uns dizem que tu és João Baptista, outros Elias, e outras ainda, que és um dos profetas.” Jesus acrescentou: “E vocês, quem acham que eu sou?” E foi Pedro que respondeu: “Tu és o Messias!”.
Ora bem. O Messias pelo qual esperavam os Hebreus, e pelo qual muitos Judeus ainda esperam, não é o nosso Salvador. O “Ha’Mashiach” será um judeu, filho normal de um homem e de uma mulher, que ascenderá ao trono de Israel, conduzindo a Nação de Israel e o mundo numa era de paz e prosperidade universal, marcada pelo fim das guerras e da intolerância, durante a qual todos os povos coexistirão de forma pacífica[7]. O “mundo que há-de vir” que eles esperavam não era o Reino dos Céus, mas este próprio mundo, pacificado, e o Messias que eles esperavam não era o próprio Deus, mas somente um homem da família de David, um líder que podia vencer os Romanos.
Na transfiguração de Jesus no monte, os três discípulos não viram uma transformação de um homem num ‘grande guerreiro’. Eles viram a transformação de um homem em ‘Filho de Deus’”, resplandecente como o sol e com vestes brancas como a neve. E mais... foi um transformação teológica, também. Eles viram pela primeira vez um Messias que não era só homem, e que tinha dentro dele “toda a lei e os profetas”. Lá no monte, eles viram Jesus, e Elias, e Moisés; e então ouviram as palavras de Deus dizendo: “Este é o meu Filho querido. Oiçam o que ele diz!”. E Elias e Moisés desapareceram, ficando Jesus sózinho no seu lugar. Fazia já uma semana desde que Pedro e os discípulos tinham entendido pela primeira vez que Jesus era o Messias, e agora, eles tinham de aprender que o Messias era o Filho verdadeiro de Deus, e que era a Ele, e não somente à Lei e aos profetas, que eles precisavam de seguir.
Quando Deus deu a Lei a Moisés, tal foi muito difícil para os Israelitas, tal como teria sido muito difícil para nós. Desde o Pecado Original no Jardim do Éden[8], nós somos “quebrados”, nós somos todos pecadores. É como disse S. Paulo na sua Carta aos Romanos “Todos andam fora do caminho e todos se perdem,”[9]. E mais: “Todos pecaram e ficaram longe de Deus.”[10] Por isso, Deus mandou os seus profetas, Elias e Eliseu, Isaías e Jeremias, Amós e Miqueias e os outros, para ensinar o seu povo. Mas o povo não os ouviu; talvez não pudesse ouvi-los a dizer : “Oh Jerusalém, Jerusalém! Matas os profetas e apedrejas os mensageiros que Deus te envia!”[11]
E, por amor de nós, o Filho Unigénito de Deus, gerado do Pai desde toda a eternidade, desceu dos Céus e encarnou-se no seio da Virgem Maria... O Criador, entrou na sua própria Criação e fez-se homem, com todos os problemas e dores da humanidade, e morreu, horrivelmente, na Cruz, só para nós salvar.
Não precisava. Nós que pecamos e ficamos tão longe de Deus não o merecíamos. Isto não é justiça. É somente amor. Mas ouçam bem: «eu não quero justiça — quero amor».
Então, pelo amor de Deus, que é que podemos fazer, pelo amor­ de Deus?
A resposta está aqui, no monte da Transfiguração. Se tentamos seguir Moisés e a Lei, falhamos. Se tentamos seguir Elias e as profecias, falhamos. Andamos fora do caminho e perdemo-nos, porque somos pecadores. Temos, temos de seguir a Jesus, e o amor de Deus.
A única resposta que podemos dar em face do imenso amor do Senhor é... o nosso amor. Precisamos de amar o Senhor nosso Deus com todo o coração, com toda a alma, e com todo o entendimento. É o que Jesus nos exige, dado que só assim é que podemos mostrar o nosso amor ao Senhor[12], precisamos de amar os nossos próximos... e os nossos próximos são todos criados à semelhança de Deus, e a Criação inteira.
E neste tempo de Quaresma, é sobre isso que temos de pensar, de ponderar, de meditar. Mas ao mesmo tempo, não estou a falar de nada difícil. Se precisássemos de adivinhar, de conjecturar, o que Jesus queria de nós, tal seria mesmo assustador. Mas Jesus, mais uma vez no seu imenso amor, deu-nos uma receita, uma lista!
Primeiro, é preciso amar o Senhor. Como? Com todo o coração, toda a alma, e todo o entendimento.
E segundo, é preciso amar o nosso próximo. Como? [E, nestes tempos duros da crise económica, das guerras e catástrofes naturais, isto é tão importante!] Quando virmos o Senhor — ou qualquer dos seus irmãos mais pequeninos — com fome, dêmos-lhe de comer. Quando virmos o Senhor — ou qualquer um dos seus irmãos mais pequeninos — com sede, dêmos-lhe de beber. Quando virmos o Senhor, ou qualquer um dos seus irmãos mais pequeninos nu, dêmos-lhe vestidos. Quando virmos o Senhor, ou qualquer um dos seus irmãos mais pequeninos, com doenças, ou na cadeia, ou como um estrangeiro no nosso país, cuidemos dele[13].
Mas não façamos nada disto porque temos medo do inferno. Não amemos a Deus, nem cuidemos dos nossos próximos, só porque temos medo de ser castigados pelos nossos pecados. Só há uma razão, uma única razão, para ceder às exigências de Jesus Cristo, e não é o medo. É pelo amor. Quando ouvimos “Deus amou de tal modo o mundo...” nós precisamos de responder. Esta Quaresma é o tempo perfeito para lembrar, e de pensar, de ponderar, e de meditar na realidade de que só há uma resposta possível pelo amor de Deus por nós. E essa resposta é... amor.
Em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo. Ámen.

[1] 2 Reis 2,11
[2] Malaquias 3, 22-24
[3] Êxodo 20, 1-17
[4] Sobretudo o Código da Aliança de Êxodo 20, 22 à 23, 23, e as leis dos livros Levítico, Números e Deuteronómio
[5] Êxodo 34, 29-33
[6] S. Mateus 22, 37-40
[7] Isaías 11, 1-9
[8] Génesis 3, 6-24
[9] Romanos 3, 12
[10] Romanos 3, 23
[11] S. Lucas 13, 34
[12] Tiago 2, 14-26
[13] S. Mateus 25, 31-40

28 February 2009

O GOD, MAKE SPEED TO SAVE US…
PRAYERS IN TIME OF CRISIS

Being a Pamphlet designed for use following the Attacks of 9/11

COMPILED, ADAPTED AND MODERNIZED FROM A VARIETY OF SOURCES
By Chaplain Francis C. Zanger, a US Navy Chaplain temporarily assigned to assist the Episcopal Church’s National Response Team, led by Bishop George Packard, Bishop Suffragan for Chaplaincies

PRAYER IN THE FACE OF THE ENEMY You, O Lord, are just and powerful: Defend our cause against the face of the enemy. O God, you are a strong tower of defense to all who fly to you:Save us from the violence of the enemy. O Lord of hosts, fight for us, that we may glorify you. O Lord suffer us not to sink under the weight of our sins, nor theviolence of the enemy. O Lord, arise, help us, and deliver us for your Name's sake. Amen. (1)

PRAYER FOR THOSE IN THE ARMED FORCES OF OUR COUNTRYAlmighty God, we commend to your gracious care and keeping all the men and women of the armed forces at home and abroad. Defend them day by day with your heavenly grace; strengthen them in their trials and temptations; give them courage to face the perils which beset them, and grant them a sense of your abiding presence wherever they may be; through Jesus Christ our Lord. Amen. (2)

PRAYER IN TIME OF WARO God, our help in ages past, our hope today and tomorrow, we approach you in deep humility at this hour of tragic crisis. Forgive us, if we have contributed to the cause of this war in which your children are engaged. Protect the children and the innocent. So fill our hearts with trust in you, that in peace and war we may commit our loved ones and ourselves to your unfailing care. Let not the powers of darkness and of terror keep us from doing our duty as free men. Help us to fight on until all strife and oppression cease and the peoples of this world are delivered from bondage and fear. Give us victory, O God, if it be your will, but above all give us the knowledge that we are fighting for values that are right and everlasting. Amen. (3)

PRAYER FOR COURAGETeach me, O Master, the courage with which you faced every duty and trial, the spirit with which you made every sacrifice, that heartened by your blessed example, I may never waver in duty, danger or sacrifice, but as a good soldier of the Cross be enabled to better to serve the Country that I love; in the Name of God, who lives and reigns for evermore. Amen. (4)

PRAYER FOR OUR NATIONAL LEADERSO Lord God Almighty, guide, we pray you, all those to whom has been committed the government of this nation, and grant to them special gifts of wisdom and understanding, of counsel and strength; that upholding what is right, and following what is true, they may obey your holy will and fulfill your divine purpose, through Jesus Christ our Lord. Amen. (5)

PRAYER FOR OUR LOVED ONESO God, the helper and protector of all your children, the comfort and stay of the solitary, and of those who are separated from those whom they love, we ask you to grant unto them every good gift for the body and the soul, and to unite us all, present and absent, in true faith and love. Amen. (6)

PRAYER FOR ABSENT FAMILY MEMBERSO God, whose fatherly care reaches to the uttermost parts of the earth: We humbly beseech you graciously to behold and bless those whom we love, now absent from us. Defend them from all dangers of soul and body, and grant that both they and we, drawing nearer to you, may be bound together by your love in the communion of your Holy Spirit; through Jesus Christ our Lord. Amen. (7)

PRAYER FOR A WILL TO PEACEAlmighty God, by whose grace we look for the day when nation shall not any more lift us sword against nation, nor people against people, and when mankind shall live without fear in security and peace, grant to us in this time of strife the will to labor for peace even while our sword is drawn to resist the oppressor. Let not the evil we oppose turn us from our purpose to achieve unity and concord among the nations of the earth, to your honor and glory, through Jesus Christ our Lord. Amen. (5)

PRAYER FOR A NATION UNDER ATTACKAlmighty God, we ask that you look with loving-kindness on the people of our nation, as we struggle to live our lives in time of great uncertainty and fear. Grant that the goals of those who would terrorize and intimidate the people of our country may be thwarted, and that in these times of trouble all Americans, of every faith, race and ethnicity may be drawn yet more closely in bonds of shared amity, respect, and purpose. Amen. (8)

PRAYER FOR STRENGTH AND PROTECTIONO God, who knows us to be set in the midst of so many and great dangers, that by reason of our human weakness we cannot always stand upright; Grant to us such strength and protection as may support us in all dangers, and carry us through all temptations; through Jesus Christ our Lord. Amen. (1)

SOURCES
1. "A Prayer Book for Soldiers and Sailors" Bishop White Prayer Book Society, ©19172. "The Book of Common Prayer" Church Hymnal Corp., ©19793. "Prayers at Sea" United States Naval Institute, ©1956, 19624. "Protestant Book of Worship for Field Use" US Army, ©19675. "The Armed Forces Prayer Book", Church Pension Fund, ©19516. "Song and Service Book for Ship and Field: Army and Navy" A. S. Barnes & Co. ©19417. "A Prayer Book for the Armed Forces" The Domestic and Foreign Missionary Society of the Episcopal Church, ©19888. Chaplain Francis C. Zanger, © Sep. 2001
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